São Paulo e a Hanseníase
SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE
Coordenadoria de Controle de Doenças
Centro de Vigilância Epidemiológica Prof.
"Alexandre Vranjac"
Divisão Técnica de Hanseníase
Tel.
11 – 3066-8753 – Tel./Fax.: 11 –
3066-8155
e-mail:dvhansen@saude.sp.gov.br
São Paulo, 18 de janeiro de 2013
Srs. Interlocutores,
Neste
ano o dia Mundial de Luta contra a Hanseníase será no dia 27 de janeiro, último
domingo do mês. É um dia onde fazemos um “chamado” à comunidade e às instituições
relembrando o compromisso assumido no combate à hanseníase.
Abaixo transcrito na íntegra um texto preparado pela Coordenação
Geral da Hanseníase e Doenças em Eliminação do Ministério da Saúde acrescido da
situação da endemia em nosso Estado.
É
nossa intenção subsidiá-los para o Dia Mundial de Luta contra a Hanseníase com
informações atualizadas sobre a situação no país e do nosso Estado.
MINISTÉRIO DA SAÚDE
SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE
DEPARTAMENTO DE VIGILÂNCIA
EPIDEMIOLÓGICA
COORDENAÇÃO GERAL DE HANSENÍASE E
DOENÇAS EM ELIMINAÇÃO
DIA MUNDIAL DE LUTA CONTRA HANSENÍASE – 2013
No
último domingo de janeiro, dia 27, acontece o Dia Mundial de Luta Contra a
Hanseníase, instituído pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Este dia é uma
oportunidade de mobilizar a população e renovar o compromisso com ações que
favoreçam o diagnóstico e tratamento oportunos da doença, visando à diminuição
da carga de transmissão da hanseníase no país, e a superação do estigma e
preconceito que ainda estão presentes na sociedade.
No mundo foram diagnosticados
219.075 casos novos da doença em 2011, segundo a OMS. Nesse contexto, o Brasil
ocupa a segunda posição em número de casos novos de hanseníase, com 33 955,
correspondendo a 15,4% e a Índia a primeira, com 126 800 casos novos, o que
corresponde a 57,8%.
O Ministério da Saúde do Brasil retomou
desde 2011 o Plano de Eliminação da Hanseníase como problema de saúde pública,
ou seja, alcançar menos de um caso para cada grupo de 10.000 habitantes até
2015.
No Brasil, a doença apresenta
tendência decrescente nos coeficientes de detecção de casos novos, contudo o
comportamento da doença é heterogêneo nas diferentes regiões do país,
necessitando de estratégias diversificadas para intervenção frente às situações
encontradas. Em 2011, o coeficiente de
detecção geral foi de 17,65 por 100 mil habitantes correspondendo a 33.955
casos novos da doença no país. Na população menor de 15 anos houve registro de 2.420
casos, sendo um coeficiente de detecção de 5,22 por 100 mil habitantes.
Em relação a 2012, dados preliminares (base de dados SINAN de
03/01/2013) mostram 28.801 casos novos detectados, ou seja, coeficiente de
detecção geral de 14,85 casos novos por 100 mil habitantes; destes, 1.936 casos
em menores de 15 anos de idade (4,14/100.000 hab). Em 31/12/12 estavam
registrados na base de dados do SINAN 28.919 pacientes em tratamento o que
significa uma prevalência de 1,49 casos/10.000 habitantes. A taxa de cura nas
coortes até o momento é de 78,3% e o percentual de contatos de casos novos
examinados é de 50,3%, podendo haver modificações em todos estes indicadores
até o mês de março de 2013, quando os dados finais serão avaliados.
O país tem como principal indicador o coeficiente de prevalência da
hanseníase por 10.000 hab., tendo como meta o alcance de menos de 1 caso a cada
10.000 habitantes até 2015. Os demais indicadores da Agenda Estratégica do
Ministério da Saúde são: reduzir em 26,9% o coeficiente de detecção de casos
novos de hanseníase em menores de 15 anos; aumentar o percentual de cura nas
coortes dos casos novos de hanseníase para 90%; examinar 80% dos contatos
intradomiciliares dos casos novos de hanseníase; essas metas estão firmadas
para o período de 2011 a 2015.
O
Estado de São Paulo eliminou a hanseníase como problema de saúde pública em
2006. Em 31 de dezembro de 2012 (SINAN – 07/01/2013) estavam em registro ativo 2.079 casos de
hanseníase correspondendo a um coeficiente de prevalência de 0,50/10.000 hab.
Foram duas as GVEs que
retrocederam em relação ao estadiamento de eliminação, que foram os GVEs de
Franca e de Ribeirão Preto embora devamos lembrar o peso dos fatores
operacionais que assumem maior importância nesse período do ano.
O Estado também cumpriu as metas
pactuadas quais sejam de atingir 89% de cura nas coortes e atingir a marca de
menos de 1caso/10.000hab nas GVEs de Marília e São José do Rio Preto. Atingimos
a taxa de cura de 91,31% e o coeficiente de prevalência foi de 0,97 e
0,68/10.000 hab. respectivamente.
Importante também é mencionar o
trabalho desenvolvido em relação à Campanha da Hanseníase, Geo-helmintíase e
Tracoma proposta do Ministério da Saúde. Apesar de a proposta inicial ter sido
suspensa seguimos em frente e em setembro conseguimos dar início a essa grande
tarefa. Abaixo quadro com os resultados preliminares dessa Campanha.
CAMPANHA - ESTADO DE SÃO PAULO- Setembro, 2012
|
||
Área
|
ATIVIDADE
|
NUMERO
|
Hanseníase
|
Número de Municípios que
realizaram a Campanha - Hanseníase
|
244
|
Número de Escolas que
realizaram a Campanha - Hanseníase
|
497
|
|
Número de alunos que
participaram
|
123665
|
|
Número de casos suspeitos
agendados/encaminhados (*)
|
3794
|
|
Número de casos novos confirmados
até o momento
|
1
|
|
|
|
|
Tracoma
|
Número de Municípios que
realizaram a Campanha - Tracoma
|
103
|
Número de Escolas que
realizaram a Campanha
|
181
|
|
Número de alunos examinados
|
39877
|
|
|
|
|
Geo-Helmintíase
|
Número de Municípios que
realizaram a Campanha Geo-Helmintíase
|
52
|
Número de Escolas que
realizaram a Campanha – Atividades Educativas
|
101
|
|
Número de Escolas que
realizaram tratamento com albendazol
|
9
|
|
Fonte: GVEs - Dados Preliminares -
10/12/12
|
Tab.2
Dados preliminares da Campanha de Hanseníase, Geo-helmintíase e Tracoma, Estado
de São Paulo, 2012.
GVE
|
HANSENÍASE
|
TRACOMA
|
GEOHELMINTÍASE
|
|||||||||
Nº Munic
|
Nº Escola
|
Alunos
|
SUSP.
|
CONF.
|
Nº Munic
|
Nº Escola
|
Alunos
|
Nº Munic
|
Nº Escola
|
Escolas c/ Tto
|
||
SMS
|
1
|
18
|
8187
|
88
|
0
|
1
|
11
|
1237
|
1
|
16
|
0
|
|
7*
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
8
|
2
|
5
|
2371
|
38
|
0
|
5
|
|
|
|
|
|
|
9
|
3
|
3
|
1801
|
4
|
0
|
2
|
2
|
1001
|
3
|
2
|
1
|
|
10
|
4
|
1
|
264
|
27
|
|
|
|
|
|
|
|
|
11
|
34
|
83
|
22798
|
1004
|
0
|
2
|
4
|
779
|
0
|
5
|
0
|
|
12
|
2
|
3
|
1074
|
59
|
0
|
0
|
0
|
0
|
0
|
|
|
|
13
|
6
|
7
|
1623
|
20
|
0
|
1
|
2
|
289
|
6
|
6
|
0
|
|
14
|
16
|
33
|
9288
|
470
|
0
|
16
|
33
|
9987
|
16
|
33
|
0
|
|
15
|
7
|
7
|
1964
|
79
|
|
3
|
4
|
526
|
7
|
7
|
0
|
|
16
|
6
|
11
|
3656
|
0
|
0
|
0
|
0
|
0
|
0
|
0
|
0
|
|
17
|
6
|
7
|
3246
|
225
|
1
|
0
|
0
|
0
|
0
|
0
|
0
|
|
18
|
7
|
8
|
2035
|
22
|
0
|
|
|
|
|
|
|
|
19
|
17
|
78
|
16383
|
46
|
0
|
15
|
26
|
5235
|
4
|
10
|
0
|
|
20
|
21
|
48
|
16676
|
875
|
0
|
21
|
42
|
11283
|
0
|
0
|
0
|
|
21
|
5
|
5
|
1220
|
69
|
0
|
2
|
6
|
446
|
1
|
1
|
0
|
|
22
|
4
|
7
|
734
|
30
|
0
|
0
|
0
|
0
|
0
|
0
|
0
|
|
23*
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
24
|
6
|
9
|
3401
|
116
|
0
|
6
|
9
|
2265
|
|
|
|
|
25
|
9
|
12
|
856
|
0
|
0
|
9
|
12
|
1665
|
0
|
0
|
0
|
|
26
|
11
|
36
|
3117
|
181
|
0
|
9
|
11
|
2709
|
0
|
0
|
0
|
|
27
|
4
|
19
|
6013
|
175
|
0
|
0
|
0
|
0
|
0
|
0
|
0
|
|
28
|
1
|
1
|
150
|
1
|
0
|
2
|
6
|
393
|
1
|
4
|
0
|
|
29
|
30
|
23
|
1776
|
105
|
0
|
6
|
7
|
961
|
2
|
3
|
0
|
|
30
|
20
|
21
|
2529
|
24
|
0
|
2
|
5
|
843
|
0
|
0
|
0
|
|
31
|
4
|
5
|
775
|
7
|
0
|
|
|
|
|
|
|
|
32
|
11
|
12
|
3033
|
74
|
0
|
1
|
1
|
258
|
11
|
14
|
8
|
|
33
|
7
|
35
|
8695
|
55
|
0
|
0
|
0
|
0
|
0
|
0
|
0
|
|
ESP
|
244
|
497
|
123665
|
3794
|
1
|
103
|
181
|
39877
|
52
|
101
|
9
|
|
Fonte: VEs/CVE/CCD/SES/SP
|
||||||||||||
Data Atualização- 10/12/2012
|
||||||||||||
Nota
|
||||||||||||
01 Caso confirmado em adulto
(GVE25-Santos)
|
||||||||||||
02 Casos suspeitos em adulto (
GVE29-S.J.R.Preto e GVE33-Taubaté)
|
||||||||||||
SMS- Computados apenas os dados de Busca Ativa
de Tracoma realizadas nas Escolas, 1094 pessoas
|
||||||||||||
foram examinadas em 3 aldeias
indígenas.
|
||||||||||||
(*)-Interlocutor não compareceu na
reunião de Interlocutores e não encaminhou dados da Campanha
|
A Coordenação Geral de Hanseníase e Doenças em Eliminação/Ministério da
Saúde, com o objetivo de estimular a população a procurar o serviço de saúde,
bem como estimular a busca ativa de casos pelos profissionais de saúde,
incentiva e recomenda que sejam promovidas atividades alusivas ao Dia Mundial
de Luta Contra a Hanseníase, junto aos meios de comunicações, serviços de saúde
e sociedade civil durante os meses de janeiro, fevereiro e março de 2013.
Cordialmente,
Mary Lise Carvalho Marzliak
Diretora
Técnica da Divisão de Vig.Epid.Hanseníase
Coordenação Estadual do Programa de Controle
da Hanseníase
MLCM/mlcm
Nenhum comentário:
Postar um comentário